Novo Órgão do Instituto de Santo António dos Portugueses em Roma

Foi no passado Domingo que, em Santo António dos Portugueses, foi inaugurado o novo e moderno Órgão construído pela Casa Mascioni. Órgão voltado para o futuro, órgão que respeita a tradição.

O Concerto inaugural foi da responsabilidade do grande Mestre Jean Guillou.
Que dia memorável, que momento de indescritível grandeza. O Mundo, sem o saber, ficou muito mais rico.
Começou com a Celebração Eucarística presidida pelo Mons. Gianfranco Ravasi, Presidente do Pontificio Consiglio della Cultura, que proferiu uma bela homilia, proferiu palavras de exaltação à Música, nas suas variadas formas, palavras de exaltação à Música que é feita para Deus.
Pormenor simples, mas de grande efeito meditativo, foi o de, até à bênção do instrumento, a celebração ter sido sustentada apenas pela voz humana, a cappella. Depois da homilia, a bênção do órgão chegou e finalmente a nova voz fez-se ouvir! Eis que essa voz invade toda a igreja de Santo António, um som, uma voz que parecia estar dentro de nós... J.S. Bach, nem outro compositor poderia ser, J.S. Bach brota nos primeiros sons para uma assembleia cada vez mais entusiasta e emocionada. Do Prelúdio & Fuga em Ré Maior, ouviu-se o brilhante Prelúdio executado pelo Maestro Jean Guillou... Nasceu assim para o mundo o Órgão do Instituto de Santo António dos Portugueses em Roma, Instituto que sempre acolheu o nosso Maestro Joaquim dos Santos, instituição que merece todas as referências por parte de todos que amam a Música, a Pintura, a Literatura, as Artes e também aos que têm Amor à Igreja e a Cristo.
Para a parte da tarde estava reservado outro momento de enorme relevo, não apenas musical (em particular) mas sobretudo cultural (em geral). Na igreja não poderiam entrar mais pessoas, estava completamente cheia, completamente cheia...
Ao fundo, em frente ao altar-mor, estava agora posicionada a consola do órgão de forma que todos os presentes pudessem contemplar o vulto da História da Música que, nos momentos que se iriam seguir, iria estar ali presente.
Mais uma vez a abertura é exclusiva à música de Bach, Prelúdio & Fuga em mi menor BWV 548; começava assim um concerto onde a exaltação do órgão e do seu som foi uma constante. As obras que se seguiram foram dos portugueses Frei Jacinto e Carlos Seixas e com estas obras o Maestro Jean Guillou demonstrou o quão rico instrumento é. Quem melhor que o seu projectista para nos mostrar algumas das potencialidades do órgão Mascioni do IPSAR. A exploração de sonoridades que o instrumento permite foi uma constante nas obras dos portugueses, em particular a exploração de sonoridades que faziam ouvir um órgão ibérico, que riqueza, que imaginação teve o Mestre Jean Guillou.
Um dos momentos altos do concerto foi sem dúvida a obra "Sagues", do próprio organista. Não obstante o virtuosismo de Jean Guillou na apresentação das mesmas, a mestria com que combinou os vários registos fez com que todos presentes vibrassem e ficassem completamente surpreendidos com as "Sagues" e com a grandiosa e majestosa orquestra que acabava de assaltar a igreja. Indescritível sentimento foi aquele que o som provocou.
Corale III de César Franck integrou um momento de particular beleza, a harmonia, em todos e quaisquer sentidos, no seu total esplendor... No final, não fosse esquecermo-nos que estávamos perante um dos maiores Mestres de Improvisação da História da Música, Jean Guillou ofereceu a todos um momento totalmente revestido de brilho e, uma vez mais, de beleza.

De forma extremamente sucinta, foi assim que aconteceu no passado dia 7 de Dezembro de 2008 em Santo António dos Portugueses. Dia inesquecível que tive sorte de viver. Dia que sempre animou os projectos do nosso Maestro Joaquim dos Santos; com certeza que viveu todas as emoções da inauguração no Céu, junto dos seus amigos e mais queridos.


Nuno Costa

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