Cantata Santo António dos Portugueses

(…) Após a estreia de A Noiva do Marão na Igreja de Santo António dos Portugueses em Roma, num ambiente perfumado ainda pelas harmonias e aplausos, um grupo de amigos permanece em agradável conversa quando, inesperadamente, alguém diz: «D. Joaquim, faça um texto sobre Santo António e o meu irmão faz a música». Da sugestão de minha irmã nasce a vida do Santo em verso e desta a música escrita nestas páginas.
Joaquim dos Santos e irmã no dia de estreia da Cantata_08.06.2002
Para barítono solista, coro e orquestra, esta cantata (2001) tem um dos corais, na minha opinião, mais majestosos de todos que eu vou conhecendo neste género de música.
A orquestra serve o texto: apresenta-o, acompanha-o, faz os seus comentários, exalta-o em aplausos, aqui e além de sonoridades imponentes e majestosas.
Servindo o texto, esta Cantata apresenta, na minha perspectiva, passagens com um teor de música quase militar, quero com isto dizer, a música vai ao encontro daquele que supostamente seria o futuro do jovem Fernando, filho de um militar… Gradualmente, este teor “militar” desfaz-se e assistimos ao caminho do nobre e sábio que tem o mundo à sua frente, o lirismo do jovem sonhador que, repentinamente, é tocado pela mensagem dos mártires que chegam de Marrocos. Este é o mote para que o jovem, audaz como um guerreiro, deixe o seu nome e se faça António, pobre e andarilheiro. Com um texto fundamentalmente descritivo assim decorre a Cantata em honra de Santo António dos Portugueses…
Deixo excertos da mesma… Dado ao facto de todos os intérpretes serem de várias nacionalidades, e nenhum português, faz com que o texto seja de percepção dificílima!
Quanto à interpretação, não é, porventura, a que eu mais aprecio, pois a percussão e metais tocam bastantes vezes demasiado forte e os constantes marcatos das cordas e do solista não fazem o meu género de gosto mas a beleza de tal coral é igualmente perceptível… bem como os contrates de escrita musical muito bem interligados entre si.
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Texto de D. Joaquim Gonçalves, Bispo de Vila Real.
“Em frente à Sé nasceu, na capital,\ E viu no Tejo os barcos a descer.\ É filho de Martinho, um militar,\ Talvez guerreiro um dia venha a ser.
(…)
- Aonde vais, Fernando, aonde vais? (…) – Aonde vais, António, aonde vais?
(…)
MAS É AQUI, EM ROMA, NA CIDADE,\ QUE O SANTO VÊ CUMPRIDO O SEU DESEJO:\ AO PÉ DO PÁPA SENTE A HUMANIDADE,\ E AO PÉ DO TIBRE SONHA COM O TEJO.
(…)
TEM QUATRO OGIVAS ESTA IGREJA LUSA\ E AS QUATRO UNIDAS FORMAM O SEU MISTÉRIO:\ UM ARCO É O DO MARTÍRIO E DA AVENTURA,\ UM OUTRO É O DO SABER E SANTIDADE\ HÁ O ARCO DA MISSÃO EM TODA A TERRA\ E UM ARCO HUMEDECIDO É O DA SAUDADE.”
O conteúdo do texto é maior, aqui apenas é reproduzido o que está cantado no excerto da Cantata de Santo António dos Portugueses.
Edição discográfica do IPSAR. Gravado ao vivo no dia 8 de Junho de 2002. Orchestra Nova Amadeus, coro SAPOR, Ettore Nova (barítono) e Anne Randine Overby (direcção).
Igreja de Santo António dos Portugueses

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