Entrevista com o Padre Dr. Joaquim Gonçalves dos Santos | 9 de Fevereiro de 1980

Dr. Joaquim dos Santos
Director do Grupo Coral e Instrumental de São Miguel
O Dr. Santos nasceu em Rio Douro, em 13-4-1936, e é filho de António Tomás dos Santos e de Beatriz Gonçalves Pereira de Basto.
Fez a escola primária, seguindo depois para o Seminário de Braga, onde concluiu o Curso em 1962, ficando como Professor no Seminário de Filosofia, enquanto frequentava o Conservatório Nacional. [diga-se o Conservatório Calouste Gulbenkian de Braga]
Passado um ano seguiu para Roma, onde frequentou o Pontifício Instituto de Música Sacra e o Conservatório Nacional de Santa Cecília, durante seis anos, concluindo a licenciatura em música sacra.
De Roma regressou a Braga e no Seminário de Teologia desta cidade leccionou piano e direcção coral.
Em seguida regressou à sua terra natal, sendo neste momento professor de Educação Musical na Escola Preparatória [Cabeceiras de Basto] e de Moral e Religião no Colégio de S. Miguel de Refojos.
Enquanto esteve em Roma participou com várias obras em concertos públicos, adquirindo duas bolsas de estudo – uma do Estado Italiano e outra da Fundação Calouste Gulbenkian, e foi premiado com uma viagem de estudo à Alemanha.
Pusemos ao Dr. Santos a seguinte questão:

A que tipo de actividade preferencial se dedicou e ainda dedica no campo da música?
O meu maior gosto sempre foi o de escrever música. Desta actividade deriva uma colaboração permanente na Revista de Música Sacra, de Braga, e também elaboração de trabalhos que me são pedidos para várias paróquias ou agrupamentos corais. Antes da minha vinda para Cabeceiras publiquei vários livros de composição para órgão, estes feitos em Roma ainda, e depois órgão e coro e também uma obra para dois pianos e coro a quatro vozes mistas.
Como surgiu o seu apoio à Banda Cabeceirense?
Por solicitação, o que fiz de bom grado e que me deu a oportunidade de entrar mais em contacto com esse tipo de instrumentos que compõem a Banda. Compus diversos trechos para este de instrumentos e instrumentei outros trechos de Bach, Wagner, Gounod, Verdi, etc.
Como surgiu o Coral?
De toda esta minha actividade na Banda, onde me sinto como em família, nasceu a ideia de concretizar em Cabeceiras a formação de um Coral.
Quais os projectos para o futuro?
Continuar a trabalhar enquanto as pessoas quiserem e fazer do Coral um agrupamento de verdadeiro nível regional e até nacional. Já há hipóteses de solicitação duma ida do agrupamento à Galiza. Com a colaboração dos elementos que já existem e a vinda de outras vozes e se todos se irmanarem num esforço conjunto o Coral poderá ser uma pedra basilar na representação desta terra tão querida de Cabeceiras de Basto.
Quais são as principais características do Coral?
Predomina dentro do nosso reportório a música coral-instrumental, sacra, de carácter religioso ou mesmo profano, desde Wagner ao canto popular. No entanto, na maioria dos actos litúrgicos o órgão toma o lugar dos instrumentos, só porque desta maneira se torna mais fácil o trabalho de instrumentação e ensaios, e não porque não vejamos ao contrário o modo como os instrumentos deverão ser usados dentro da Igreja. Nessa altura, já se vê, deixamos em casa o bombo e os pratos, a pandeireta, a caixa e os ferrinhos…

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