Bem-vindo
"Joaquim dos Santos, Doutor Joaquim dos Santos, Padre Joaquim dos Santos, Maestro Joaquim dos Santos, permanece assim na memória e nas orações, e a sua obra, como a sua fé, granjeiam-lhe a eternidade..."
Francisco Dias
Joaquim dos Santos nasceu em
Vilela, Cabeceiras de Basto, em 1936 e morreu em Moimenta, no mesmo concelho,
em 2008.
No Seminário de Braga fez os
Cursos de Humanidades, Filosofia e Teologia, e estudou música com o compositor Pe.
Manuel Faria.
Em 1962 foi ordenado sacerdote, permanecendo
no Seminário de Filosofia a leccionar música. Simultaneamente estudou no
Conservatório de Música de Braga onde foi aluno de Luís Filipe Pires, Isabel
Malaguerra e Rigaud de Sousa.
Em 1963 ingressou no Pontifício
Instituto de Música Sacra em Roma onde terminou, com Magna cum laude probatus, a Licenza
in Canto Gregoriano. Foi bolseiro do Instituto
Italiano da Cultura e da Fundação
Calouste Gulbenkian. Estudou com Ferrucio Vignanelli, Armando Renzi,
Domenico Bartolucci, entre outros e concluiu o Curso de Direcção e
Interpretação Polifónica no Conservatório de Santa Cecília. Foi organista na paróquia
Bambino Gesù e criou um coro infantil
que executava obras populares italianas com harmonizações suas. Leccionou, ainda,
no Colégio S. Pietro.
Regressou em 1968 e dedicou-se,
essencialmente, à Música Sacra, sobretudo na Arquidiocese de Braga, fundando,
também, coros e grupos instrumentais. Participou, desde a fundação, na redacção
da Nova Revista de Música Sacra. Foi
professor de Canto Gregoriano, Órgão, Piano e Polifonia no Seminário Conciliar
de Braga e de Composição, História da Música, Piano e Órgão no Instituto
Superior de Teologia de Braga. Nas décadas de 70 e 80 empenhou-se na recolha e
harmonização de canções populares da Região de Basto.
Foi docente na EB 2.3 de
Cabeceiras de Basto, onde criou parte substancial da sua obra didáctica para a
infância, e na ESE de Fafe.
Nos anos 90, escreveu algumas das
obras mais importantes do seu catálogo. Passio
et mors DNJC secundum Lucam é, porventura, a única obra de grande envergadura,
neste género litúrgico, escrita no século XX por um compositor português.
Em 1999, foi agraciado com a
medalha de Mérito Concelhio – grau ouro – do Município de Cabeceiras de Basto.
O encontro com Santo António dos
Portugueses em Roma (IPSAR), na viragem do século, timbrou uma nova fase na
carreira de Joaquim dos Santos. Aqui foram apresentadas muitas das suas obras
em primeira audição. Em 2006, o IPSAR homenageia-o com o projecto discográfico Cantabo Domino in Vita Mea.
Paralelamente, em Portugal foi desafiado
para novas composições. À Academia Valentim Moreira de Sá (Guimarães) foram
confiadas várias apresentações em primeira audição, bem como à Universidade do
Minho e à Universidade Católica (Braga).
Desde simples harmonizações de
temas populares, cânticos para a liturgia, música para diversos complexos
instrumentais, até à música coral e sinfónica, em obras coesas, perfeitamente unitárias e
completas, consegue um estilo que acolhe, sem preconceitos nem discriminações,
os contributos de diversas fases da história da música. Desde o gregoriano aos nossos
dias, sem a falsidade da mera citação, mas também sem estéreis subjugações a
escolas ou estilos rígidos. (cit. João Duque)
Nuno Costa, Agosto de 2011
Joaquim dos Santos was born in Portugal, in Vilela, Cabeceiras de Basto, in 1936,
and died in Moimenta, in the same
country, in 2008.
He attended the Seminary in Braga, where he studied Humanities, Philosophy and Theology Courses and studied music with the composer and priest Manuel Faria.
In 1962, he became a priest and remained in the
Seminary of Philosophy to teach music. Simultaneously, he studied at the Music
Conservatory of Braga, where he attended Luís Filipe Pires, Isabel Malaguerra
and Rigaud de Sousa’s classes.
In 1963, he entered the Pontifical Institute of
Sacred Music in Rome and completed with Magna
cum laude probatus, the Licenza in
Canto Gregoriano. He was a scholarship student of the Italian Institute of
Culture and of the Calouste Gulbenkian Foundation. He studied with Ferruccio
Vignanello, Armando Renzi, Domenico Bartolucci, among others, and completed the
Polyphonic Direction and Interpretation course at the Conservatory of Santa
Cecilia. He was organist at the Bambino Gesù Parish and created a choir which
performed popular Italian songs with their harmonizations. He was also a
teacher at St. Pietro’s College.
He returned to Portugal in 1968 and he devoted himself mainly to sacred music, especially in the Archdiocese of Braga, where he founded choirs and instrumental groups. He participated, since its foundation, in the New Journal of Sacred Music. He was a professor of Gregorian chant, Organ, Piano and Polyphony Workshop in the Council of Braga. He had also taught Composition, Music History, Piano and Organ at the Higher Institute of Theology in Braga. In the 70’s and 80’s he committed himself in the collection, arrangement and harmonization of folk songs of the region of Basto. He was a teacher at the Elementary School of Cabeceiras de Basto where he created a substantial part of his educational portfolio for children. He was also a Professor at The Educational High School (ESE) in Fafe.
In the 90’s, he wrote some of the most important works in his catalog. Passio et mors DNJC secundum Lucam is, perhaps, the only major work in this liturgy genre, written in the twentieth century by a Portuguese composer. In 1999, he was awarded the Medal of Merit -grade gold- of the Municipality of Cabeceiras de Basto.
At the turn of the century, the meeting with the Portuguese Saint Anthony in Rome (IPSAR), pitch a new phase in the career of Joaquim dos Santos. Many of his works were primarily presented here. In 2006, the IPSAR honors him with the discographic project Cantabo Domino in Vita Mea.
At the same time, in Portugal, he was
challenged to create new compositions. Several presentations were assigned on
first audition with Valentim Moreira de Sá Academy (Guimarães), Minho
University and Catholic University (Braga).
From simple harmonies of popular themes, songs for the liturgy, music for various instrumental complexes, to choral and symphonic works in a cohesive unit and perfectly complete style, he manages to create a technique that hosts, without prejudice or discrimination, contributions from different phases of music history: from Gregorian chant to the present day, without the mere falsity of quotations and without the sterile subjugations to older schools or rigid styles. (cit. João Duque)
Tradução
Ana Bela Almeida
Ana Paula Cruz
logótipo_Orlando Oliveira