Nova Revista de Música Sacra 133
Nova publicação de cânticos do Pe. Joaquim dos Santos. Dois sobre o Espírito Santo, são eles: O Espírito do Senhor & Vinde, Espírito Divino. O primeiro para uma voz e órgão e o segundo para duas vozes iguais (género cânone) e órgão.
Penso que esta será a última incursão, da minha parte, no tema NRMS e suas contradições no que refere à obra, memória e respeito pelo Pe. Dr. Joaquim dos Santos.
Para dizer a verdade, já nem sei o que pensar. Dentro da Igreja há quem faça o que quer, escreva o que lhe apetece e ninguém, de autoridade, se digna a repor a verdade, a fazer correcções, a chamar a atenção a quem não está a agir dentro dos princípios que deveriam andar de mão dada com a verdade e etc… mas se realmente fazem estas correcções internas, eu nada conheço (também não tenho que conhecer), mas são tão subtis que se revelam inúteis. Já não faço ideia…
Tudo se resume ao número 128 da Nova Revista de Música Sacra. Nesse número do trimestre Outubro, Novembro e Dezembro de 2008 a Direcção decide publicar o tradicional número IN MEMORIAM que visa honrar a memória de um colaborador (neste caso compositor) falecido.
Pois bem, numa decisão infeliz, a Direcção da NRMS decide que o número IN MEMORIAM do Padre Joaquim dos Santos honraria a sua memória com um pequeno texto de evocação e nenhuma partitura da sua obra, alegando, e isto é que é grave, que “Todos os cânticos que escreveu para a NRMS foram publicados. Os últimos encontram-se no triplo número 125-127, dedicado aos Fies Defuntos.” (em NRMS 128, página 1, 6º parágrafo, ano 2008) Podia dar-se o facto de tal coisa ser verdade mas não era o caso.
Logo de seguida, afinal os últimos cânticos encontram-se no número 130 e agora neste 133. Afinal são publicadas obras daquele que nada tinha para se publicar no número 128 - IN MEMORIAM. Juntando estes cânticos a mais alguns que sei que foram enviados e não estão ainda publicados… dava um belo volume de música litúrgica que muito honraria a sua memória na altura certa.
Surge agora na Apresentação da NRMS 133 uma nota digna de uma reflexão que dá frutos demasiado rápidos. Diz o seguinte: Apesar de não terem sido pedidos para as páginas da revista, inserem-se aqui dois títulos da autoria do falecido J. Santos, que os tinha disponibilizado “para quando fosse oportuno”, como fizeram outros compositores, a convite da Direcção. Acabo eu de ler a nota da NRMS 128 que diz que Todos os cânticos que escreveu para a NRMS foram publicados (…) mas afinal leio na NRMS 133 que J. Santos tinha disponibilizado outras peças para a NRMS a convite da Direcção. Acho que vou ficar confuso! Bem… a vontade de escrever com ironia até ameaçou, mas deixemos isso para outros assuntos.
Se os cânticos foram entregues pelo Dr. Joaquim dos Santos à NRMS é evidente que eram para ser usados quando fosse necessário… ou seja, para uma publicação! (Não fosse a Nova Revista de Música Sacra um organismo de publicações trimestrais de música sacra.) Com certeza que o Dr. Santos não entregou as peças para ficarem no arquivo ou para deleite de uma consulta privada da Direcção… Venham de lá os outros porque, continuo a dizer, o adverbio de modo nem antes da frase: Todos os cânticos que escreveu para NRMS foram publicados… faz muito sentido, ainda.
Por mim está tudo dito. Não toco mais neste assunto. A NRMS é livre de fazer o que melhor entender com o património musical que possui. Todos cometemos falhas mas não assumir essas falhas, fazer de conta que está sempre tudo correcto é que chateia. Bem… fazer de conta que está sempre tudo bem chateia muito mas muito mesmo.
Nuno Costa