"Novas da Grande Música" (3) | 30.09.2006

Continuando a divulgação da rubrica "Novas da Grande Música", é publicado outro artigo neste blog. Relembro que estes artigos foram publicados desde 2005 pelo Ecos de Basto – Jornal Regionalista trissemanal – escritos pelo Professor Paulo de Almeida. A recolha destes artigos locais continuará a ser divulgada no presente blog...

"Eis-nos aqui de novo para vos dar a conhecer as Novas da Grande Música. Com efeito, no ano do septuagésimo aniversário do nosso estimado e grande amigo Joaquim Gonçalves dos Santos, o Instituto de Santo António dos Portugueses em Roma, pela mão do Reverendo Monsenhor Agostinho da Costa Borges, lançou, homenageando o compositor, uma colectânea de quatro CDs em que houve o cuidado de seleccionar obras representativas da sua produção e que são um reconhecimento da sua actividade musical.
Nestes CDs ressaltam algumas formas fundamentais: obras de música sacra, obras para solo instrumental, obras de música de câmara e obras sinfónico-concertantes. No entanto, e perante esta variedade formal, há uma linha condutora, há um “estilo”, uma maneira de pensar e escrever os sons que define a personalidade musical do compositor; quem ouve a música de Joaquim Gonçalves dos Santos já se apercebe dessa maneira de pensar, dessa forma de estar musical, desse “estilo”.
Mas, poder-se-á perguntar, quais são essas obras? Pois bem... Relativamente à Música Sacra temos a Cantata a Santo António dos Portugueses para barítono (Ellore Nova), coro misto (coro SAPOR) e orquestra sinfónica (Nova Amadeus) dirigidos por Anne Randine Overly, a Sinfonia do Silêncio que foi executada pelo barítono Carlos de Miranda, pelo violinista Renato Riccardo Bonaccini e pelo organista Giampaolo Di Rosa e Lamentationes Jeremiae Prophetae, cantata para barítono, coro misto e orquestra sinfónica; também a Via Crucis e Juxta Crucem, estas duas para orquestra de sopros e voz recitante. Ainda, e pelo grupo vocal «Ançãble» sob a direcção de Pedro de Miranda, Crucem tuam, Christus factus est e Nasceu o Sol da Páscoa.
No que diz respeito à música de câmara temos uma grande variedade de peças em que nos é mostrado o quão versátil é este grande compositor contemporâneo e nosso conterrâneo. Temos peças para clarinete e piano (Impressões e Concerto), para dois clarinetes (Scherzetto), outras para violino, viola e harpa (Quatro Canções Populares Portuguesas e Homenagem a Petrassi), uma outra para duas violas e três violoncelos (Fiore de Lino), etc. Mas também aparecem os mais inesperados complexos instrumentais com por exemplo marimba e órgão (Pequena Fantasia), marimba e piano (Diálogo) e bandolim, bandocelo e piano (Capriccio).
Relativamente a géneros mais formais e assumidos no género sinfónico temos o Concerto para Piano e Orquestra com Ana Telles Antunes no piano e a Orquestra Sinfónica Nova Amadeus dirigidos por Jean-Sébastian Béreau, o Concerto para Violino e Orquestra com um jovem promissor violinista de Guimarães -Emanuel Salvador e a Orquestra Sinfónica Nova Amadeus desta feita sob a direcção de Massimo Scapin e a sinfonia Roma Eterna em que a orquestra referida nas linhas anteriores seguiu a batuta de Ovidiu dan Chirila. Ainda temos que referir a peça Prologus – 6 impressões musicais do Evangelho de S. João (interpretada por Rosa Villar Cordova) em que o piano, como instrumento solista, nos mostra todas as suas potencialidades.
No entanto a discografia de J. dos Santos não se esgota nesta colectânea de quatro CDs; há outras peças já editadas, que porventura irão ser agrupadas numa outra colectânea, como por exemplo a cantata para soprano, coro misto e orquestra sinfónica A Noiva do Marão, algumas canções populares harmonizadas para três vozes mistas pelo «Grupo Coral –Flor do Linho», obras para Órgão executadas por Giampaolo Di Rosa organista italiano e actualmente professor na Escola das Artes (Universidade Católica) do Porto e ainda outras para flauta e piano e canto e piano."

Paulo Almeida

Páginas singelas duma importância singular que nos ajudam a perceber o Joaquim dos Santos que se toca nos locais remotos do nosso país; páginas que nos apresentam o Joaquim dos Santos que constantemente "viajava" de terra em terra e voltava à "sua" cidade de Roma para aí também ver, ouvir e sentir a execução das suas obras, desde a mais simples e natural à mais grandiosa e complexa das suas criações.

O tema "Cantabo Domino in Vita mea" foi anteriormente abordado neste blog, é possível consultar o artigo no arquivo "...o passado sempre actual..." no mês de Agosto 2008.

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